quarta-feira, 15 de maio de 2013

Repetindo o erro

Dilma e Nicolás Maduro: uma aliança pouco vantajosa ao Brasil

Demorou, mas enfim encontrei tempo para postar nesse espaço a respeito da posição brasileira diante do conturbado ambiente político. Peço desculpas aos amigos por tamanho tempo ausente, mas, aos poucos, tentarei voltar a postar com mais frequência. Sem mais delongas vamos ao que importa.

É evidente que a política chavista não apresenta mais a mesma força de antes na Venezuela, até porque o novo presidente do país, Nicolás Maduro, não é capaz de exercer o mesmo carisma e influência sobre o povo como o compadecido Hugo Chávez. Não a toa, essa situação contribuiu para que o país ficasse dividido, a oposição se articulasse e ganhasse força com Henrique Caprilles e, em meio a discussão sobre a legitimidade dos resultados que mantiveram o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) pudéssemos perceber também que Dilma Rouseff manterá a mesma postura que Lula em relação a Venezuela, o que, querendo ou não, é decepcionante.

Durante os oito anos em que se manteve no poder, Luiz Inácio Lula da Silva projetou o Brasil no cenário internacional de maneira admirável, mas, a relação com a Venezuela foi o ponto agoniante de tudo. 

Atualmente, vivemos em um mundo que tem a democracia reinando e em qualquer local onde a falta dela é notória é sinônimo de que haverá movimentos contrários para uma mudança de rumo no territória, buscando a instauração de princípios democráticos e, na maior parte das vezes, com uma vital mobilização de nações desenvolvidas e/ou emergentes que compartilham de influência considerável no cenário internacional.

Notamos em solo venezuelano uma falta clara de democracia que se fez bastante evidente no governo de Hugo Chávez e, com certeza, vai se fazer presente também no de Nicolás Maduro seja com uma ferrenha perseguição a oposição, violação da liberdade de imprensa, entre tantas outras atitudes, além claro dos duvidos resultados das mais recentes eleições presidenciais.

O drástico ambiente venezuelano ocasiona um clima de indignação geral e é claro que contribui para movimentos visando uma mudança. Nas últimas semanas, quem buscou agir foi o líder da oposição, Henrique Caprilles, que visitou diversos países da América Latina buscando apoio para sua causa, divulgação mais ampla de suas propostas, além claro, de buscar parceiros que defendam a realização de uma nova eleição para presidente na Venezuela.

Nessa árdua caminhada de Caprriles o apoio do Brasil seria de suma importância, afinal é a nação brasileira que goza de maior prestígio dentro do continente e entre as principais nações do globo, porém já ficou evidente que a postura de Dilma Rouseff será semelhante a de Lula, o que é decepcionante e só atrapalha uma projeção maior de nosso país.

Um auxílio no embate contra as atrocidades cometidas pelo governos adeptos de uma política chavista com certeza promoveria uma imagem ainda mais respeitosa do Brasil para as potências, mas, atrapalhada pelas pretensões partidárias, a atual presidente prefere bater na mesma tecla de seu antecessor ao decidir ser companheira de um país muito mal-visto só que adepto de políticas populistas semelhantes ao do PT.

Se, de maneira imediata, Dilma já tratou de reconhecer a conturbada eleição de Maduro, não nos resta dúvida de que a pífia política externa em plano continental segue firme e forte dentro do Palácio do Planalto.

Por: Felipe Ferreira
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domingo, 7 de abril de 2013

A louca estratégia norte-coreana


O blog ficou parado em virtude dos estudos e das tantas responsabilidades da vida. Senti saudades do espaço e confesso que não dá para ficar muito tempo longe porque até me faz mal, por isso, prometo que teremos um post por semana ao menos.

O grande assunto global do momento é, sem sombra de dúvida, o conflito entre as duas Coreias, graças ao tenso clima que se desenvolveu após a Coreia do Norte entrar em estado de guerra e aprovar um ataque nuclear contra os Estados Unidos, levando muitas pessoas a crer que a 3ª Guerra Mundial poderia estar chegando, fato este totalmente improvável.

Bem, estas linhas poderiam ser usadas para falarmos destes conflitos, das consequências da realização de uma guerra, de como ela viria acontecer e outras coisas do tipo, mas não seguirei esta linha, até porque não confio que teremos uma disputa armada, pelo menos não tão cedo como muitos acreditam.

Kim Jong-un, o líder supremo norte-coreano, não tem experiência política, nem militar, por isso, muitas de suas decisões e atitudes são consideradas loucuras por muitos. O fato da nação ter entrado em estado de guerra é considerado mais um dos desvarios do governante, embora tal classificação seja adequada por um lado, por outra tem que se ressaltar o fato de que ela vai muito além da rixa com a Coreia do Sul e com os Estados Unidos.

Desde que realizou testes nucleares e sofreu sanções da ONU, o regime norte-coreano perdeu sua força, já que não conseguia passar mais o mesmo medo e impor o mesmo respeito em aspecto global como há tempos atrás, por isso, a estratégia encontrada para recuperar esse status foi passar a fazer ameaças de que ataques poderiam acontecer a qualquer momento e o ápice foi a Coreia do Norte tem entrado em estado de guerra, acarretando em um refortalecimento do regime.

Analisando apenas por esse ponto é claro que os níveis de loucura são minimizados, mas não dá para fazer isso porque Kim Jong-un com esse panorama comprou briga com os Estados Unidos e, embora muitos pensem o contrário, o poder bélico dos norte-coreanos não é tão poderoso, estando muito aquém do poderio norte-americano, por isso, é claro que se a coisa apertar o regime de Pyongyang estará em uma saia justa gigantesca, mas, até aqui, o objetivo da louca estratégia norte-coreana vem sendo eficiente.

Por: Felipe Ferreira
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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Movimentação por justa causa

Foto: Carlos Bianchi

Aos que não sabem, sou habitante de Araçatuba, município localizado no interior de São Paulo a 535 km da capital paulista. Nos últimos tempos, um assunto vem tendo enorme repercussão na cidade e merece uma atenção não só dos habitantes da localidade em questão, mas também de todos aqueles que prezam por um bem-estar geral.

Aliado a grandes interesses políticos-financeiros, o prefeito araçatubense, o sr. Cido Sério, filiado ao PT, decidiu por levar a frente um projeto que visa a instalação de um novo aterro sanitário em Araçatuba. Sem a mínima logística, o projeto representa um verdadeiro absurdo e é totalmente digno da indignação do povo da cidade, que, de maneira esplêndida, vem se movimentando contra a instalação do meio que visa receber até mesmo detritos produzidos por outros estados.

Em meio a esse panorama, se deriva uma situação totalmente alarmante e que é digna de uma indignação geral, não porque se tem uma postura de direita, não porque se é anti-PT, não porque se tem antipatia pela figura do prefeito, mas sim porque o povo de Araçatuba, nem de nenhuma outra cidade, merece isso.

O aterro sanitário, que tem mais cara de lixão porque deverá simplesmente enterrar o lixo e não se preocupar em tratar o chorume, além de não seguir às leis ambientais, foi planejado para ser instalado em uma área totalmente inviável para um empreendimento desse tipo

O local desejado a ser usado como "sede" do aterro apresenta a nascente de dois córregos, uma delas é a afluente do rio responsável por abastecer Araçatuba. Ou seja, onde já se viu aterrar lixo em um local com essas condições? Não há o menor cabimento.

Outro ponto a se ressaltar é o fato de que a área em questão é uma região ocupada por pequenos produtores que a tornaram extremamente produtiva, com destaque para uma grande produção de leite, banana, mandioca e várias hortaliças. A instalação do aterro na proximidade das plantações tornaria o solo impróprio para cultivo de tais alimentos, o que vem a trazer um problema ainda mais agudo e complicado visto que muitas das famílias que vivem disso acabarão perdendo suas propriedades, sua fonte de renda.

Além de ferir algumas normas que visam proteger ao meio-ambiente ao não tratar o chorume e não atender ao plano diretor do município já que tornaria infértil uma área agrícola sustentável, o aterro fere outra ordem imposta quanto a instalação de tal empreendimento. É prezável que se instale tal empreendimento, no mínimo, 100 metros longe de área construída, algo que não vem a acontecer caso o local para depositar lixo seja instalado em Araçatuba como querem, pois, em uma distância menor que 100 metros, há área construída, inclusive área residencial.

Se não basta todas esses motivos que deixam mais do que inviável a instalação do "lixão" na área escolhida, vale a pena lembrar que Araçatuba já consta com um aterro sanitário instalado em seu território e este recebeu nota 9,7 por parte da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), mostrando que não há uma necessidade na imediata instalação de um novo local para receber se receber lixo no município.

É claro que um dia vai ser preciso instalar um novo aterro sanitário em solo araçatubense, mas que se instale para tratar exclusivamente do lixo da cidade e em uma área adequada para receber um investimento como esse.

Entrevistas

O blog esteve presente em uma carreata, que mobilizou mais de 800 veículos (algo muito grande para uma cidade de menos de 200 mil habitantes), adepto ao belíssimo movimento que se posiciona veemente contra a instalação do aterro em Araçatuba. Nela, realizei algumas entrevistas visando aprofundar mais o tema ao leitor para o mesmo entender a plenitude dos estragos que esse projeto pode causar. Ouça-as abaixo:

Gelsino Augusto Silva analisa a área em que se deseja instalar o lixão:



Rosa Maria Soares Biaggioni fala a respeito da movimentação da população araçatubense contra a instalação do aterro:




Por: Felipe Ferreira
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Diário da Libertadores #2

A série começou na semana passada e já está de volta nessa semana para comentar o que de melhor aconteceu na segunda semana da fase de grupos da Libertadores.

Sem mais delongas, você confere abaixo o resumo e análise dos melhores momentos acontecidos na segunda semana da fase de grupos da tão grandiosa competição.


O Grupo 1 contou com apenas um jogo realizado nessa semana e, nele, o Nacional voltou a evidenciar sua força copeira. Na estreia, os uruguaios buscaram um empate após um 2 a 0 adverso e, fora de casa, contra o Toluca conquistaram uma incrível virada por 3 a 2 em um jogo maluco devido a ousadia das equipes que nos levou a acompanhar uma partida com várias chances ofensivas. Por ironia do destino, Vicente Sanchéz, que brilhou com a camisa do clube mexicano, foi vital para a vitória dos visitante ao se aproveitar muito bem da fragilidade da defesa dos donos da casa e marcar dois dos três do triunfo tricolor.


No jogo que restava para fechar a primeira rodada do Grupo 2, Libertad e Tigre fizeram um primeiro tempo fraco, sem enormes destaques, no entanto, logo no início do segundo tempo, Donatti, aquele que brigou com Luis Fabiano na final da Sul-Americana de 2012, foi expulso e as coisas se complicaram para os argentinos que não não puderam almejar muita coisa. Com isso, o equilibrado time paraguaio se impôs e alcançou uma importante vitória por 2 a 0, com destaque para um belíssimo gol de falta marcado por Jorge González.


No Grupo 4, Peñarol e Emelec travaram um jogo pragmático em que ambas as equipes pregaram pela falta de criatividade, mas, no fim das contas, os Carboneros encontraram um gol após uma boa jogada pelo forte lado direito do time em um dos raros momentos de inspiração de Estoyanoff e venceram por 1 a 0. Quanto aos equatorianos, que surpreenderam e superaram o Vélez em sua estreia, ficou mais uma vez claro que constituem um time bastante equilibrado, mas peca pela falta de eficiência na finalização das jogadas, que, no jogo contra os uruguaios, veio a ser vital para que não conquistassem, ao menos, um empate.

O outro jogo da chave ficou marcado pela reabilitação do Vélez. Após uma estreia desastrosa diante do Emelec e duas atuações ruim no Campeonato Argentino, Ricardo Gareca promoveu alterações na equipe e as coisas começaram a andar da maneira certa. Com Gago em uma grande noite, quando até marcou um gol de falta, e acrescendo muita técnica ao meio-campo do Fortín, os argentinos aproveitaram-se da fragilidade da defesa do Iquique e venceram, em casa, por 3 a 0.


Na sua primeira participação em Libertadores, o Tijuana não decepcionou e mostrou que pode buscar surpreender no Grupo 5. Jogando fora de casa contra o Millonarios e uma fanática torcida a favor dos colombianos, os mexicanos não se abalaram, viram Richard Ruiz deixar sua marca e venceram por 1 a 0, um compromisso enormemente complicado, com uma importante ajuda do goleiro Ciliro Saucedo que evitou, por diversos momentos, os donos da casa encontrarem o caminho do gol.

O outro jogo da chave pode ser considerado como um dos jogos com maior apelo dessa segunda semana da fase de grupos. Em campo, o Corinthians, atual campeão da Libertadores, encarou o San José na altitude boliviana. Infelizmente, o embate ficou mais marcado pela tragédia envolvendo o menino Kevin (destacada pelo blog aqui), mas, dentro de campo, os brasileiros sentiram os efeitos da altitude e não conseguiram uma boa atuação, contudo, mesmo assim, quase saíram com a vitória, mas Emerson Sheik desperdiçou duas boas oportunidades. No fim, os donos da casa ainda foram premiados por sua valentia e conquistaram um glorioso empate de 1 a 1.


O Cerro voltou a decepcionar no Grupo 6. A torcida do clube paraguaio lotou o estádio, fez uma bonita festa, mas o time não ajudou. Com um Jonathan Fabbro mais participativo, os donos da casa jogaram melhores do que em sua estreia, mas não demonstraram uma eficiência tão grande, parando nas mãos do goleiro Diego Carranza. Esse panorama fez aquele velho estigma do mundo futebolístico entrar em cena. Quem não faz, toma e o Garcilaso, nos minutos finais, encontrou o gol que lhe creditou um marcante triunfo por 1 a 0.

O outro jogo da chave marcou um interessante embate entre Santa Fe e Tolima. No jogo entre colombianos, quem abriu o placar foram os algozes do Corinthians na Libertadores de 2011 que iniciaram impondo seu ritmo intenso e abriram o placar, mas a enorme movimentação deixou a defesa exposta e os donos da casa empataram. Os dois gols marcados logo no início deram indícios de que a partida seria excelente e poderia reservar mais atrativos, porém o que se acentuou foi a falta de pontaria e pragmatismo dos atacantes de ambas equipes, fazendo com que o empate permanecesse até o fim dos 90 minutos.


De maneira maiúscula, o Olimpia fez 3 a 0 na Universidad de Chile e conquistou sua primeira vitória no Grupo 7. Os dois gols marcados logo no início evidenciaram a proposta adotada pelos paraguaios, que se aproveitaram do fato de jogar em casa e, auxiliado pelas limitações da defesa de La U, se impuseram enormemente sob seus domínios. A vantagem conquistada logo de cara deu a calma necessária para administrarem o jogo e ainda encontrarem mais um gol para sacramentar. No mais, voltou a se acentuar a falta que uma referência faz aos chilenos, que mantêm a filosofia baseada na valorização da posse de bola, contudo, sem um "9", a estratégia vem a ser ineficiente.

O outro jogo do grupo contou com o Newell's decepcionando. Embora tenha dominado as ações da partida e conseguido criar boas oportunidades, os argentinos pecaram pela falta de criatividade e não conseguiram converter esse domínio em gol. O desfecho disso foi que o bem-organizado Deportivo Lara soube chegar com eficiência ao ataque, não teve muitas oportunidades, mas bastaram poucas para que encontrassem os dois gols determinantes para a vitória por 2 a 1.


No Grupo 8, todas as atenções estavam voltadas para o confronto entre Fluminense e Grêmio, que travaram um embate muito bom, todavia, com ampla superioridade do time gaúcho. No fim das contas, o Engenhão assistiu um verdadeiro show dos visitantes que voltaram a Porto Alegre com um brilhante 3 a 0 na bagagem.

Entre os pontos a se ressaltar no confronto, é inevitável não começar por Hernán Barcos. O antigo atacante do Palmeiras deu show ao participar dos três gols gremistas e, por muitos momentos, fazer suas vezes como articulador de jogadas. O Tricolor do Rio Grande do Sul também se aproveitou de maneira excelente da fragilidade da linha defensiva do Fluminense, além de que levaram ampla vantagem nos confrontos pelos flancos do campo.

Após surpreender na Arena Grêmio, o Huachipato decepcionou na segunda rodada do grupo. O atual campeão chileno pecou ao se desesperar depois de tomar o primeiro gol, o que ficou bastante evidente pela ineficácia em meio a tantas chances criadas. Essa situação levou o Caracas a se aproveitar do fator casa, se impor e atuar de maneira bastante segura para assim alcançar um grande triunfo por 3 a 1.

Resultados

Grupo 1: Toluca 2 x 3 Nacional
Grupo 2: Tigre 0 x 2 Libertad
Grupo 4: Peñarol 1 x 0 Emelec e Vélez Sarsfield 3 x 0 Deportes Iquique
Grupo 5: Millonarios 0 x 1 Tijuana e San José 1 x 1 Corinthians
Grupo 6: Cerro Porteño 0 x 1 Real Garcilaso e Santa Fe 1 x 1 Tolima
Grupo 7: Olimpia 3 x 0 Universidad de Chile e Deportivo Lara 2 x 1 Newell's Old Boys
Grupo 8: Caracas 3 x 1 Huachipato e Fluminense 0 x 3 Grêmio


Por: Felipe Ferreira
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Era um garoto


Era um garoto que tinha, praticamente, a minha mesma idade.

Era um garoto que, como eu, amava o futebol.

Era um garoto que, como eu, sentia um prazer imensurável ao acompanhar seu time no estádio.

Era um garoto que, como eu, sentia uma verdadeira paixão por uma instituição futebolística em específico.

Era um garoto que, como eu, viveu imensas alegrias e profundas tristezas oriundas do tão querido esporte bretão.

A tragédia ocorrida em meio ao confronto entre San José e Corinthians, válido pela Libertadores, que culminou na morte de um menino de 14 anos após o mesmo ser atingido por um sinalizador oriundo da torcida do Corinthians, me emocionam como poucas tragédias.

Parei para refletir e o pensamento pertinente foi de que poderia ser eu. Nacionalidades diferentes, culturas diferentes, mas, muito provavelmente, unidos por uma mesma paixão: o futebol.

O momento de diversão, de alegria virou de tristeza, de tragédia, de melancolia. Tudo isso por causa de um imbecil que, sequer, tem a noção de se comportar em um campo de futebol e matou um inocente garoto, que, com certeza, deixaria o estádio feliz independentemente do resultado. O que importava era ver sentado da arquibancada o time em ação.

Muito se comenta que a instituição Corinthians não deve ser punida por causa da atitude de um idiota e eu venho a discordar veemente.

A CONMEBOL, federação sul-americana de futebol, precisa mostrar quem manda. Precisa mostrar que não é uma várzea em que se pode fazer o que quiser e acabar impune. Precisa mostrar rigor para evitar ao máximo que isso aconteça.

No dia de ontem, foi o menino Kevin que acabou, injustamente, castigado por um ato estúpido no estádio Jesús Bermúdez, mas quem garante que não poderia ser um Felipe, um José, um João em qualquer outro estádio, em qualquer outro jogo da Libertadores.

A impunidade não deve reinar, é de suma importância a entidade que rege o futebol sul-americano tomar drásticas providências.


Por: Felipe Ferreira
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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Mais quatro anos para manter a estabilidade


Embora não seja tão popular no cenário político internacional, Rafael Correa, atual chefe de Estado do Equador, apresenta níveis de aceitação enormes dentro do país que comanda. Não a toa deve vencer as eleições para presidente do país nesse domingo (as pesquisas apontam que mais de 60% das intenções está direcionadas favoravelmente a ele) e, com a provável vitória de seus aliados na disputa parlamentar, pode proclamar uma mudança na Constituição equatoriana, o que lhe credenciaria a um terceiro mandato, até então vedado pelo conjunto de leis da nação sul-americana.

Adepto de uma postura esquerdista e nacionalista, o economista de 39 anos é constantemente comparado a Hugo Chávez e Evo Morales devido ao seu posicionamento político, além de que é um ferrenho adversário das políticas econômicas neoliberais e perseguidor dos órgãos de imprensa adversos a ele. Esse conjunto de fatores contribuem enormemente para que Correa seja constantemente contestado não só em meio a oposição equatoriana, mas em meio ao cenário internacional, que também o critica por ter oferecido asilo político a Julian Assange, criador do WikiLeaks.

É fato que muitas dessas atitudes não se enquadram devidamente ao meu ponto de vista, tanto que acho completamente justo boa parte das críticas ao presidente, mas tem que se levar em conta que as políticas públicas adotadas por ele, com um excelente aproveitamento do dinheiro oriundo da exportação do petróleo, levaram o Equador a conseguir uma estabilidade incrível nos últimos tempos. Ou seja, ao contrário do chavismo na Venezuela, a implantação de ideias esquerdistas no Equador funcionaram e agradam muito a população.

Acredito que os próximos quatro anos com Correa no poder possam significar a conquista de uma estabilidade ainda maior por parte do Equador, até porque entre os projetos para o terceiro mandato consta uma interessante proposta do desenvolvimento da mineração em grande escala, que vem sofrendo adversão por parte das comunidades indígenas do país, mas pode significar um crescimento significativo para a nação, assim como quando se consolidou as políticas de exportação petrolífera.

O único lado preocupante desse terceiro mandato vai de encontro a uma das grandes críticas da oposição. Constantemente acusado por impedir o investimento estrangeiro no Equador, Correa pode ver isso se agravar nos próximos quatro anos e é difícil pensar em uma melhora nesse quadro em função de que a aversão do presidente em relação ao liberalismo econômico não deverá permitir isso.

Bem, Correa tem tudo para conquistar o terceiro mandato. Resta aguardar para ver se seguirá correspondendo toda a confiança que o povo deposita nele quanto ao fato de que ele é o único capaz de manter a estabilidade equatoriana e alavancar um crescimento maior.

Por: Felipe Ferreira
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Diário da Libertadores #1

Bem, enfim, ocupo um espaço nesse blog para comentar a respeito do tão amado futebol.

Para isso, decidi iniciar uma série no blog, que deve mantê-lo sempre atualizado também, a ser postada toda sexta-feira das semanas que contarem com jogos do torneio. Sendo assim, a coluna buscará destacar, analisar e opinar sobre os melhores acontecidos da rodada.

Essa ideia já era para ser implantada há algum tempo para comentar sobre a primeira fase da competição (ou Pré-Libertadores), mas não me animei tanto, no entanto, o início da fase de grupos trouxe empolgação e a decisão dar forma ao Diário da Libertadores e a primeira edição já está no ar para comentar sobre alguns acontecidos da rodada inaugural da fase de grupos, realizada no decorrer dessa semana.


A partida inicial do Grupo 1 foi, de certa forma, decidida pelos grandes erros de arbitragem de Enrique Oses, que prejudicaram enormemente o Barcelona, no entanto, as manchetes dos jornais foram claramente ocupadas por Recoba. Ficou evidente o que já vinha claro desde a última edição do campeonato nacional uruguaio, o tão badalado meia se arrasta em campo, efeitos dos 36 anos, mas ainda ganha oportunidades na equipe porque todos sabem que, quando os lampejos surgem, eles surgem com eficiência. Na última terça-feira, os dois lampejos resultantes em duas assistências (uma delas para um gol de Loco Abreu) bastaram para fazer com que o Nacional saísse de um 2 a 0 contra para um empate por 2 a 2.

Além da grande atuação do maestro do clube uruguaio, o maestro dos equatorianos também tratou de evidenciar suas qualidades. Damián Diaz, que já havia dado indícios de bom futebol em jogo da última Copa Sul-Americana diante do Grêmio, mostrou suas qualidades ao distribuir o jogo com extrema maestria, além de marcar um golaço.

No outro jogo da chave, o Toluca encarou o Boca Juniors, não se intimidou e conquistou uma grande vitória por 2 a 1, em jogo marcado por uma atuação apática dos comandados de Bianchi, que já haviam tido uma atuação bastante abaixo da média diante do Quilmes, em jogo do Campeonato Argentino realizado no fim de semana.


Pelo Grupo 2, apenas um jogo ocorreu nessa semana e foi justamente o jogo mais atrativo ao público brasileiro. O Palmeiras estreou bem na Libertadores diante de um Sporting Cristal, que, embora muitos preguem uma atuação medíocre por parte dos peruanos, ouso em dizer que fizeram uma boa partida muito em função de não terem se preocupado em manter com os 11 jogadores atrás da linha da bola, além de terem saído bastante para o jogo ao explorar uma dinâmica mais lenta e maior valorização do passe.

Já o clube brasileiro mostrou que, aos poucos, tem tudo para se encaixar. Kleina lançou, de início, uma equipe sem um homem de área, trazendo como maior trunfo a velocidade. Não é que o time não tenha funcionado dessa forma, mas a presença de um 9 acresce em maior qualidade ao time, não a toa foi quando entrou o jovem centroavante Caio que o Verdão foi capaz de marcar o gol sacramentante da vitória por 2 a 1.


O Grupo 3 contou com um embate épico entre São Paulo e Atlético-MG. O maior destaque do Galo, sem sombra de dúvida, foi Ronaldinho Gaúcho. Está certo que o meia não teve uma atuação que o credite o mesmo status do que as do tempo de Barcelona o creditaram, mas a verdade é que o abarrotado Independência assistiu a um show do meia, que, com duas assistências, comandou sua equipe a uma excelente vitória por 2 a 1.

Quanto ao São Paulo, uma atuação bastante abaixo da média, realçada também por uma péssima atuação de sua lenta defesa e a inexistente cobertura por parte de Cortez no lado esquerdo. Ainda assim, o Tricolor aproveitou-se que o Atlético não se impôs como poderia, nem exerceu uma pressão gigantesca, e, assim, pôde ainda ganhar uma sobrevida na partida e, por muito pouco, não conquistar a virada.

O outro jogo do grupo foi o pouquíssimo atraente Strongest x Arsenal, mas serviu para mostrar que, apesar de contar com a altitude, os bolivianos são bastante fracos e tem chances consideráveis de perder para os brasileiros até mesmo quando jogar em seus domínios. No jogo realizado ontem, só não acabaram derrotados graças ao fato de que os argentinos terminaram o jogo com dois jogadores a menos, além de terem adotado uma postura bastante medrosa, o que deixou notório a influência do fator psicológico que pesa muito mais que o físico nos argentinos quando vão jogar em grandes altitudes. No fim, vitória dos donos da casa por 2 a 1.


A grande atração do Grupo 4 era, sem sombra de dúvida, a estreia do favorito Vélez Sarsfield, todavia, o Fortín, mesmo contando com o volante Gago fazendo sua primeira partida desde que retornou ao futebol argentino, teve uma atuação péssima. Os comandados de Ricardo Gareca mantiveram um jogo totalmente sem criatividade, além de que erraram muitos passes, nem mesmo a entrega e a raça de Pratto foram capazes de salvar. O Emelec não tem nada de bobo e estreou vencendo um dos grandes da competição por 1 a 0.

O tradicional Peñarol também compõe a chave e estreou com uma suada vitória para cima do fraco Iquique por 2 a 1. Os uruguaios demonstraram enorme vantagem técnica desde o início quando abriram o placar, mas se acomodaram demais, abrindo espaço para um crescimento dos chilenos, extremamente dependentes do futebol de Rodrigo Díaz, que esteve abaixo do que pode render, os levando a empatar o jogo, porém pesou a força copeira e o tão tradicional clube conquistou a vitória em seus domínios.


Enquanto o Grupo 5 não teve nenhum jogo nessa semana, o Grupo 6 contou com Real Garcilaso x Santa Fe na altitude peruana para abrir seus trabalhos e, por incrível que pareça, contamos com um bom jogo. Ambas as equipes apostaram em sair bastante, mas pecaram muito na hora da conclusão das jogadas. Cristian Borja, AQUELE, marcou para os visitantes colombianos, que mostraram ter boas condições de almejar uma vaga nas oitavas. No fim, a grande altitude pesou e os peruanos, nos minutos finais, decretaram o empate em 1 a 1.

O outro jogo da chave foi o interessante Tolima x Cerro Porteño e retratou bem o quão perigoso o clube colombiano pode ser. Superior àquele time que surpreendeu o Corinthians em 2011, o atual plantel dos colombianos adota um frenético estilo de intensa movimentação, com jogadas bastante elaboradas e contundentes, além do excelente Chara impulsionando o ritmo da equipe com um senso de movimentação esplêndido. Está certo que os paraguaios estiveram nulos em campo e renderam muito abaixo do que realmente podem render, sobretudo o quarteto ofensivo (Fabbro-Dos Santos-Nanni-Salcedo), mas a boa impressão passada pelo time de Ibagué na vitória por 2 a 1 supera qualquer coisa.


O Grupo 7 nos reservou um dos jogos mais interessantes dessa primeira semana da fase de grupos da Libertadores. Sem mais contando com Jorge Sampaoli no comando técnico, La U mantém a postura de jogo virtuada na valorização da posse de bola e em toques rápidos. Em meio a isso, a equipe vive um dilema já que muitas vezes trabalha bem as jogadas, no entanto, a falta de um "camisa 9" faz com que a proposta não se revele eficiente. Embora a ineficiência chilena tenha alcançado níveis preocupantes, os Leones conquistaram uma boa vitória por 2 a 0 sobre um perigoso Deportivo Lara, que mostrou que merece atenção sobretudo pela sua dupla de frente com o veloz Valoyes e Jesús Gómez, dono de um excelente senso de posicionamento.

Na chave, quem também estreou bem foi o Newell's Old Boys, outro clube que pode ir longe nessa Libertadores. Muito bem postado em um 4-3-3 com algumas inspirações nas proposta de jogo de Bielsa, o time argentino fez um primeiro tempo ruim, mas no segundo mostrou toda sua qualidade, com destaque para o completíssimo atacante Ignacio Scocco, principal goleador da equipe, o meia Pablo Pérez, responsável por ditar o ritmo do meio-campo, além do participativo Maxi Rodríguez e o monstruoso Gabriel Heinze. No fim, a equipe venceu o Olimpia, que entrou com o ideal de se defender, por 3 a 1 e deu claros sinais de que, se não oscilar como no campeonato nacional, pode ser uma grata surpresa dessa edição do torneio continental.


Por fim, o Grupo 8 que contou com a estreia do Fluminense, atual campeão brasileiro. Diante do Caracas e jogando sobre um gramado em péssimo estado, o Tricolor carioca encontrou muitas dificuldades e o fato é que não jogou bem, mas, quando se tem Fred, isso não pesa tanto já que a presença do atacante vem dando a certeza de que teremos gol. Na Venezuela, não foi diferente e foi com um gol do artilheiro do último Brasileirão que o Flu venceu por 1 a 0 e começou a Libertadores com o pé direito.

O outro jogo do grupo marcou o início da epopeia na fase de grupos de outro brasileiro, o Grêmio, que não obteve o mesmo sucesso. Lançando a campo os recém-chegados André Santos, Adriano e Barcos, a equipe gaúcha viu se acentuar uma falta de entrosamento frente a um Huachipato muito bem organizado em um 4-4-2 acrescido de eficiência graças a uma enorme disciplina tática de seus jogadores e deixou a sua luxuosa Arena derrotado por 2 a 1.

O lado preocupante da derrota gremista é o péssimo comportamento da sua defesa, sobretudo de André Santos, contratado recentemente. Notou-se uma avenida no lado esquerdo da defesa, sobrando espaço para o atual campeão chileno atacar, sendo que os dois gols tomados foram pouco perto do estrago que os visitantes poderiam ter feito. Além do mais, vale ressaltar que não tem cabimento Fernando ser reserva de Adriano, isso porque, no jogo de ontem, a equipe contou com uma enormemente ineficiente saída de bola, o que prejudicou todo bom funcionamento geral.

Resultados:

Grupo 1: Nacional 2 x 2 Barcelona e Boca Juniors 1 x 2 Toluca
Grupo 2: Palmeiras 2 x 1 Sporting Cristal
Grupo 3: Atlético-MG 2 x 1 São Paulo e The Strongest 2 x 1 Arsenal
Grupo 4: Emelec 1 x 0 Vélez Sarsfield e Deportes Iquique 1 x 2 Peñarol
Grupo 6: Real Garcilaso 1 x 1 Santa Fe e Tolima 2 x 1 Cerro Porteño
Grupo 7: Universidad de Chile 2 x 0 Deportivo Lara e Newell's Old Boys 3 x 1 Olimpia
Grupo 8: Caracas 0 x 1 Fluminense e Grêmio 1 x 2 Huachipato

Jogos da próxima semana:

Terça-feira (19)
Peñarol x Emelec (Grupo 4)
Millonarios x Tijuana (Grupo 5)
Olimpia x Universidad de Chile (Grupo 7)

Quarta-feira (20)
Toluca x Nacional (Grupo 1)
Vélez Sarsfield x Deportes Iquique (Grupo 4)
San José x Corinthians (Grupo 5)
Huachipato x Caracas (Grupo 8)
Fluminense x Grêmio (Grupo 8)

Quinta-feira (21)
Tigre x Liberad (Grupo 2)
Cerro Porteño x Real Garcilaso (Grupo 6)
Deportivo Lara x Newell's Old Boys (Grupo 7)

Sexta-feira (22)
Santa Fe x Tolima (Grupo 6)

Por: Felipe Ferreira
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